"Não basta dançar quadrilha para exibir o figurino caprichado,
a maquiagem quase perfeita,
o penteado escultural, o passo e formatos sem sentido,
cantar sem sentir o prazer.
É preciso deixar que o calor da fogueira aqueça... o coração,
que em suas veias corra o sangue quadrilheiro e em cada apresentação sentir um friozinho na barriga como um figurino encharcado do mais puro gozo junino,
sair rouco do arraiá e tomar aquele licor com milho.
Comemorar com seu par as vitórias num grito que fica entalado na garganta durante pelo menos um ano e poder chorar nas derrotas,
erguendo sempre a cabeça e vestindo a camisa do seu grupo como se ela fosse sua segunda pele.
É escutar crítica e sempre achar que elas são destrutivas.
Passar o ano inteiro falando das festas juninas.
Contar os dias e as horas para chegar o momento de ir para o ensaio e pegar o seu chapéu,
sua anágua, seu sapato e colocá-lo com o peito estufado como se ninguém nota-se que você é diferente de todos os outros com aqueles adereços.
É participar de cada detalhe da confecção e construção desde o tema até a organização do passeio da despedida,
que mesmo endividado fazemos questão em ir.
É sorrir sempre num sentimento que arrepia até a alma,
uma “ALMA QUADRILHEIRA”,
que esbanja amor, emoção e que jamais alguém será capaz de explicar.
O Amor pelo São João... "
TEXTO DE: CARLOS BRITO, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO BAIANA DE QUADRILHAS JUNINAS (FEBAQ)
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